Revista MS

Campo Grande,

fevereiro 14, 2025

Renato Villela

O anúncio do Plano Nacional de Identificação de Bovinos e Búfalos (PNIB) para o período 2025-2032, anunciado terça-feira (17/12), pelo ministro Carlos Fávaro, do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), tem repercutido bastante no setor. O plano de rastreabilidade bovina, cujo objetivo é atender demandas do mercado internacional e garantir a segurança sanitária do rebanho bovino brasileiro, vinha sendo costurado desde 2022.

Alguns dirigentes o consideram um “marco histórico” para a pecuária nacional. Outros, no entanto, se mostram mais reticentes, preocupados com o impacto dos custos de sua implantação, em especial sobre os pequenos produtores. 

A reportagem de DBO ouviu alguns atores da cadeia presentes na 4ª edição do Fórum da Pecuária Sustentável, realizado quarta-feira (18/12) em São Paulo, na sede da MSD Saúde Animal. Além disso, colheu depoimentos de representantes de entidades de classe e da indústria frigorífica. Ouça como pensam algumas lideranças do setor produtivo.

“O mercado comprador tem todo o direito de exigir o que ele quiser, desde que ele pague mais por isso”.

Francisco Manzi, diretor técnico da Associação de Criadores de Mato Grosso (Acrimat).


   

“É uma grande conquista para a pecuária brasileira. Abrem-se novas oportunidades”

Ana Doralina Alves Menezes, presidente da Mesa Brasileira de Pecuária Sustentável

 

“A gente não concorda com o fato de a rastreabilidade ser obrigatória. Como ficam os pequenos produtores?”.

Amarildo Merotti, vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato)

 

 

“É muito bom ter um programa de rastreabilidade nacional, mas tem que caminhar junto com a parte socioambiental”. 

Roberto Paulinelli, produtor e dono do Frigorífico Rio Maria.

 

“Trata-se de uma iniciativa essencial para avançarmos na direção de uma pecuária ainda mais sustentável, produtiva e, principalmente, mais transparente”. 

Delair Bolis, presidente da MSD Saúde Animal e do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan).

 

“Eu vivi o Sisbov, que se tornou um sistema de identificação fora da realidade e que hoje é um desperdício. Espero que esse sistema se torne uma realidade, mas não estou otimista”.

Pedro de Camargo Neto, produtor e ex-presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB).

 

“Os principais países exportadores de carne bovina já possuem seu sistema de rastreabilidade. O Brasil não podia ficar para trás”.

Lisandro Inakake de Souza, gerente de projetos do Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora). 

 

A cadeia como um todo terá vantagens, mas que precisam chegar no pecuarista. Para produzir esse boi verde certificado, o pecuarista não pode ficar no vermelho”.

Cyro Ferreira Penna Júnior, coordenador da Comissão Técnica de Bovinocultura de Corte da Federação da Agricultura do Estado de São Paulo (Faesp)

 

É um passo muito importante. A rastreabilidade individual é um quesito cada vez mais obrigatório e que pode ajudar em diversas áreas.”

Marcos Jank, professor sênior de agronegócio do Insper

 

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