Nesta segunda quinzena de janeiro, a difícil situação econômica enfrentada pelos trabalhadores brasileiros (período de pagamento de impostos, material escolar, gastos com cartão de crédito no período de férias, entre outros custos) tem afetado negativamente a demanda pela carne bovina, tanto as vendas no varejo quanto as distribuições no atacado, informa a Agrifatto. Diante de tal cenário, o mercado do boi gordo praticamente “congelou”, com poucos negócios realizados nas praças brasileiras.
Confira as cotações dos animais terminados, apurados no dia 22/1 pela Agrifatto; clique AQUI.
“Com entraves no varejo, os pedidos para reposição de estoques na ponta consumidora têm sido quase inexistentes”, observa a Agrifatto, referindo-se ao mercado paulista.
Segundo a consultoria, setores como o de distribuição de carne com osso e processadoras de carne desossada evitam novas aquisições, devido aos estoques suficientes para atender à demanda até sexta-feira (24/1).
“Mesmo o dianteiro e a ponta de agulha, que apresentavam boa rotatividade na semana passada, agora enfrentam desaceleração”, informa a Agrifatto, que acrescenta: “Com uma sobra significativa de carne nesta semana, o mercado continua a lidar com uma severa perda de liquidez, situação que pode persistir ao longo da segunda quinzena, tradicionalmente marcada por um menor apelo de consumo”.
Diante da negociação a conta-gotas e da pressão reduzida sobre os pecuaristas, os preços do animal terminado permaneceram inalterados nesta semana.
“A escassez de oferta (de boiadas gordas) se tornou ainda mais evidente, com o volume negociado sendo apenas suficiente para garantir o atendimento das escalas de seis dias, na média nacional”, afirma a Agrifatto.
Nesta quarta-feira (22/1), apesar do movimento baixista da B3 iniciado na terça-feira, o preço médio do boi gordo em São Paulo permaneceu em R$ 335/@ (mesmo valor para o boi “comum” e o “boi-China”, de acordo com apuração da Agrifatto).
Nas demais 16 regiões monitoradas pela consultoria, a média de preço do animal terminado subiu para R$ 305,30/@.
“Três das 17 praças monitoradas valorizaram a arroba (MA, RJ e TO); as outras 14 mantiveram suas cotações laterais”, ressalta a Agrifatto.
Dados Scot – Pelo levantamento da Scot Consultoria, o mercado de São Paulo abriu a quarta-feira com preços estáveis para os animais terminados, sem muitos negócios.
“O baixo desempenho do escoamento da carne e estoques confortáveis desestimularam as compras”, afirma a Scot.
No lado de dentro das porteiras, os pecuaristas aguardam melhores preços para fechar negócios, acrescenta a consultoria.
Dessa maneira, o boi gordo “comum”, diz a Scot, segue apregoado em R$ 327/@ no mercado paulista, enquanto a vaca e a novilha gordas são negociadas por R$ 305/@ e R$ 317/@, respectivamente.
O “boi-China”, segundo a Scot, segue valendo R$ 335/@ em São Paulo, portanto, com ágio de R$ 8/@ sobre o animal “comum”. As escalas de abate estão, em média, para seis dias em SP.
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