O contraventor Rogério de Andrade, patrono da escola de samba Mocidade Independente de Padre Miguel e o maior bicheiro do Rio de Janeiro, foi transferido nesta terça-feira (12) para o Presídio Federal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. A decisão foi tomada pela 1ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ).
Segundo informações do G1, na manhã desta terça-feira (12), Rogério deixou a Penitenciária de Segurança Máxima Laércio Pellegrino, conhecida como Bangu 1, no Complexo de Bangu, na Zona Oeste do Rio, escoltado por quatro viaturas do Serviço de Operações Especiais (SOE), grupamento de escolta penitenciária da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap).
O bicheiro foi levado até a Base Aérea do Galeão, na Ilha do Governador, de onde embarcou em uma aeronave da Polícia Federal para o voo rumo a Mato Grosso do Sul.
A transferência de Rogério de Andrade foi confirmada pelo TJRJ na quarta-feira (6), após negociação com a Senappen (Secretaria Nacional de Políticas Penais), vinculada ao Ministério da Justiça. No novo presídio, o contraventor ficará submetido ao Regime Disciplinar Diferenciado, que impõe uma série de restrições quanto ao contato com outros presos e com o mundo exterior.
A prisão de Rogério ocorreu no final de outubro, durante a Operação Último Ato, conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio de Janeiro (Gaeco/MPRJ). Ele é acusado de ser o mandante da morte do rival Fernando de Miranda Iggnácio, ocorrida em 2020.
Recentemente, os advogados de defesa de Rogério, liderados por Raphael Mattos, tentaram reverter a prisão do contraventor, apresentando dois pedidos de habeas corpus. Ambos foram negados pela desembargadora Elizabete Alves de Aguiar, da 8ª Câmara Criminal do Órgão Especial do TJRJ. O primeiro recurso pedia a revogação da prisão preventiva, enquanto o segundo solicitava a suspensão da decisão que determinou a inclusão de Rogério no RDD.
Com a transferência para o presídio federal, Rogério de Andrade passa a ser mais isolado das dinâmicas do crime organizado do Rio, onde ainda mantém considerável influência. A movimentação ocorre em um momento de intensificação das ações das autoridades contra o jogo do bicho e outras atividades ilícitas no estado.