Revista MS

Campo Grande,

fevereiro 5, 2025

Portal DBO

Em novembro de 2024, o Índice de Custo Alimentar Ponta (ICAP) registrou R$ 15,05 na região Centro-Oeste e R$ 12,43 no Sudeste. Comparado a outubro de 2024, o ICAP registrou um aumento de 1,01% na região Centro-Oeste e 4,54% no Sudeste.  Esse movimento reforça a tendência de elevação nos custos de alimentação animal, impulsionada pelo reaquecimento do mercado de pecuária de corte.

Além da alta demanda global por proteína animal, que estimula a produção e o consumo de insumos no Brasil, a exportação aquecida de milho e soja segue reduzindo a oferta doméstica, encarecendo os preços da alimentação animal.

No Centro-Oeste, o aumento do ICAP foi atribuído à elevação dos custos em todas as dietas de confinamento: adaptação, crescimento e terminação.

De acordo com a Ponta Agro, o custo por tonelada de matéria seca da dieta de terminação chegou a R$ 1.384,41, um aumento de 24,62% em relação aos últimos três meses. Entre os principais insumos utilizados, destacaram-se as altas na ureia (+13,55%), milho grão seco (+10,67%) e torta de algodão (+3,34%).

No Sudeste, o ICAP foi impactado especialmente pelos insumos energéticos, que subiram 9,30% nos últimos três meses. O custo por tonelada de matéria seca da dieta de terminação atingiu R$ 1.292,65, uma alta de 20,93% em relação ao trimestre anterior (ago-out).

Os insumos energéticos com maior alta, segundo a empresa, foram o milho grão seco (+8,35%), casca de soja (+8,13%) e silagem de grão úmido de milho (+6,45%). No caso dos insumos proteicos, os maiores aumentos ocorreram na ureia (+10,20%) e no caroço de algodão (+7,26%).

Porteira pra fora x Porteira pra dentro

Ao comparar outubro de 2024 com outubro de 2023, o custo de engorda cresceu 0,27% no Centro-Oeste, enquanto o Sudeste registrou uma redução de 6,89%. Em novembro de 2024, a valorização do mercado foi sustentada por exportações recordes de carne bovina.

“Para 2025, espera-se uma leve acomodação nos preços devido ao aumento na oferta de gado de confinamento e ajustes nas escalas de abate. O comportamento do mercado dependerá, entre outros fatores, da recuperação do consumo interno e de novas oportunidades no exterior. A relação de troca entre boi gordo, boi magro e insumos, como milho, continuará sendo crucial para o equilíbrio de preços e a viabilidade da atividade”, avalia, em nota, Paulo Dias, CEO da Ponta Agro.

Apesar do aumento nos custos, a valorização da arroba do boi gordo tem aliviado os pecuaristas. “Ainda assim, confinadores devem redobrar a atenção aos indicadores de gestão, pois os custos tendem a subir com a especulação no médio prazo. Desta forma, a lucratividade continuará sendo garantida da porteira para dentro”, explica Dias.

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